Nesta sexta, 11/06, a partir das 17h, a Coalizão Negra por Direitos realiza no MASP – Av. Paulista, em São Paulo, uma Vígilia em memória de Kathlen, Gibinha e todos os negros e negras mortos pela política genocida brasileira. A Vigília pedirá basta do genocídio da população negra, uma vez que as mortes não se tratam de casos isolados, mas uma prática constante e política. Ao término do ato, os participantes acenderão velas em frente ao prédio da Justiça Federal, também na avenida Paulista.
Na última terça (08), Kathlen Romeu, foi assassinada enquanto iria encontrar sua família no bairro Lins de Vasconcelos, zona norte carioca. Modelo e designer de interiores, a jovem tinha 24 anos e estava grávida de 14 semanas.
No mês passado, dia 14, o desenhista e pedreiro, Gilberto Amancio de Lima, de 30 anos, foi morto com seis tiros por policiais civis. Chamado de Gibinha, foi morto quando ia fazer um trabalho de tatuagem em um vizinho na Favela da Felicidade, localizada no bairro Jardim São Luís, na zona sul de São Paulo.
Em um intervalo de menos de um mês, as mortes de Gibinha e Kathlen, são novas comprovações do genocídio do negro brasileiro, ainda não reconhecido pela sociedade. Eles não são casos isolados, mas sim novas vítimas deste processo histórico.
“É duro ter que reagir a cada assassinato, todo dia, principalmente durante a pandemia. Mas precisamos fazer isso. São assassinatos de pessoas negras todos os dias. Mobilizar para dar freio no genocídio negro é uma obrigação moral, ética e humanitária. Já estamos cansados de provar com tantos dados que o genocídio negro existe”, afirma o professor de História e integrante da Coalizão Negra por Direitos, Douglas Belchior.
Mais da metade da população brasileira vive com medo não só ao sair de casa, mas também dentro dela, uma vez que 56% da população brasileira é negra. Independente da classe ou status social que negros e negras alcançam, ainda necessitam criar estratégias ao se deparar com a polícia e sair vivos e vivas das abordagens.
Exemplo disso, foi o caso do eletricista e ciclista, Filipe Ferreira, que no último dia 28 de maio, foi surpreendido pela polícia e quando fazia manobras de bicicleta em um parque da cidade Ocidental, entorno do Distrito Federal. O jovem gravava a atividade e por isso registrou o momento, o que pode pode ter evitado uma abordagem policial ainda mais agressiva.
Enquanto isso, em abril, dois policiais responsáveis pelas chacinas de Osasco e Barueri, em 2015, foram absolvidos. Como muitos outros exemplos de investigações de mortes de negros e negras que pouco avançam. Por isso, a Coalizão Negra segue acompanhando todos estes casos e exigindo justiça.