Grupo pede posição do novo governo pela aprovação e efetividade de diversas medidas de adaptação às mudanças climáticas, como as financiamento, metas, objetivos globais
Sharm El Sheikh – A Coalizão Negra por Direitos, que reúne mais de 200 organizações, associações, ONGs, coletivos, grupos e instituições do movimento negro, está participando da COP 27, no Egito. Nesta quinta (17), o grupo entregará uma carta reivindicando ações de combate ao racismo ambiental ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, às 10h (horário do Egito), 5h (horário de Brasília). O evento será realizado pela articulação da sociedade civil brasileira, o Brazil Action Hub.
A Coalizão defende que o combate ao racismo ambiental seja uma ação transversal e estruturante para o desenvolvimento econômico e sustentável brasileiro. “Nesse cenário, acreditamos na possibilidade do Governo Eleito ter o combate ao racismo
ambiental como ação transversal e estruturante para o global e nacional
desenvolvimento econômico brasileiro”, afirma a Coalizão.
Em trecho do documento, o grupo ainda justifica: “No Brasil, a população negra está diretamente afetada pelos impactos das mudanças do clima nas cidades, e no campo estamos vivendo a emergência climática. Mais de 60% da população negra no país está diretamente impactada pelos eventos extremos do clima devido às condições de moradia, alimentação, saúde, acesso à terra urbana e rural, trabalho e renda, mobilidade e localização…”
A articulação nacional ainda destaca a importância de atuação para adaptação às mudanças climáticas. Segundo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas – IPCC (2022), o maior desafio para alcance das metas de redução dos gases de efeitos estufa (GEE) será reduzir as desigualdades que impactam povos e comunidades tradicionais, trabalhadoras(es), mulheres e crianças nas regiões que vivem, hoje, escala exponencial de aquecimento superficial territorial e aumento das chuvas. Vale lembrar das diversas medidas, como o Plano Nacional de Adaptação e a eliminação das desigualdades raciais, étnicas, de gênero e geracional e mecanismos de financiamento de perdas e danos.
“É o que nos coloca na reivindicação e participação na equipe de transição e gestão do Ministério do Meio Ambiente, que se fortalece na missão de transversalizar a política climática, ambiental e gestão de águas na gestão pública da União”, destaca o documento.
“Não haverá Justiça Climática sem Justiça Racial no Brasil”, finaliza.