O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, foi afastado da gestão de pessoas da entidade pela justiça. A decisão foi tomada pelo juiz Gustavo Carvalho Chehab nesta segunda-feira, 11 de outubro de 2021, em ação movida pelo Ministério Público do Trabalho contra o jornalista, acusado de promover assédio moral, perseguição ideológica e discriminação.
Em junho de 2021, a Coalizão Negra por Direitos ingressou contra Camargo uma Ação Civil Pública, declarando que o presidente da Fundação realiza atos de improbidade administrativa e “promove ações deliberadas que podem ensejar a perda irreversível e imensurável do patrimônio cultural e histórico da população negra”. A ação fala sobre a urgência de impedir a exclusão de obras do Acervo da Biblioteca da Fundação e defender a preservação do patrimônio cultural, social e histórico da população negra e da história de luta do movimento negro brasileiro, além do direito à memória coletiva, a fim de assegurar e preservar o direito de continuidade da história. A Coalizão Negra já o havia denunciado à Comissão de Direitos Humanos da ONU por violação de direitos e interesses da população negra.
Em agosto, o Ministério Público do Trabalho pediu o afastamento de Sérgio Camargo da presidência da Instituição, a partir de denúncia de assédio moral, perseguição ideológica e discriminação construída com base nos relatos exibidos na reportagem feita pelo programa ‘Fantástico’, da TV Globo. Foram revelados relatos de 16 servidores e ex-funcionários contendo humilhações e terror psicológico praticados pelo atual presidente da Fundação Cultural Palmares.
A decisão de hoje do Ministério Público proíbe o presidente da entidade de demitir, afastar, transferir ou contratar funcionárias e funcionários, além de impedir que ele discrimine seu corpo de colaboradoras e colaboradores por critérios ideológicos, partidários, raciais ou motivados por perseguição ou assédio moral.
Com informações de Mônica Bergamo e Poder 360.