Os vereadores de Curitiba decidiram na última terça (21), com 25 votos favoráveis, pela cassação do mandato do vereador Renato Freitas (PT). Uma votação definitiva ocorrerá nessa quarta (22), às 15h30. Para a Coalizão Negra por Direitos este é mais um caso de violência política eleitoral contra parlamentares ligados ao movimento negro.
Renato Freitas foi o único vereador que não esteve presente na sessão. Isso porque sua equipe não foi intimada oficialmente para a votação. A comunicação, não oficial, ocorreu menos de 24 horas da sessão, algo considerado ilegal.
A votação pela cassação de Freitas se deve por um processo administrativo de quebra de decoro, aberto após protesto do vereador na igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em fevereiro, após a morte do congolês Moïse Kabagambe, no Rio de Janeiro. Desde o início do processo, o líder do movimento negro vem questionando o procedimento, apresentando diversas provas sobre a legalidade e consenso da instituição religiosa sobre o protesto.
Para o vereador, o pedido foi baseado em notícias falsas, uma verdadeira perseguição da cidade ao vereador eleito democraticamente e que é alinhado às pautas do movimento negro.
Para a Coalizão, a violência racial tem sido um fundamento do fazer político nacional que antecede até mesmo o marco formal da independência do domínio português, em 1822. São diversos os atos físicos ou de intimidação psicológica praticados, direta ou indiretamente, contra pessoas negras em espaços de política institucional.
O movimento negro reforça seu apoio ao mandato de Renato Freitas. #RenatoFica